APRENDA COMO SE PROTEGER DO CONTATO COM ANIMAIS PERIGOSOS NO CBV

APRENDA COMO SE PROTEGER DO CONTATO COM ANIMAIS PERIGOSOS NO CBV

É comum encontrar animais venenosos e peçonhentos como aranhas, lagartas de fogo, cobras, entre outros, nas residências ou arredores do Condomínio Busca Vida, habitat natural dessas espécies. Primeiramente, é importante saber identificá-los. Diferente do que muitas pessoas imaginam, animais peçonhentos e venenosos não são a mesma coisa. “Os peçonhentos são aqueles que possuem ferrões ou dentes para injetar uma toxina, como aranhas, escorpiões, abelhas e cobras, com o objetivo de alterar o metabolismo de outro ser vivo, por defesa ou para alimentação. Um animal venenoso apenas produz a substância tóxica (veneno), mas não tem como injetá-la dentro de outro animal. O envenenamento acontece de forma passiva, geralmente por toque, pressão ou ingestão do animal venenoso”, explica a bióloga e moradora do Condomínio Busca Vida, Rosa Pinho.

Ao participar de atividades em um ambiente silvestre, deve-se observar bem os troncos, folhas, flores, gravetos antes de manuseá-los, sempre com luvas. Nessa região é muito comum encontrar taturanas, mais conhecidas como lagartas de fogo. Apesar das taturanas causarem acidentes e alguns prejuízos, como pragas, elas são importantes dentro do equilíbrio da natureza. “Ao encontrar taturanas, elas não devem ser mortas. Procure um profissional para encaminhamento ao órgão competente ou à sua devolução ao habitat preservado. Dessa forma, estaremos colaborando com a ciência e preservando a natureza”, orienta Rosa.

Crianças, adultos desavisados e pessoas que cuidam de jardins e hortas devem estar atentos para um outro animal muito presente no condomínio: o caramujo gigante africano, transmissor de uma nova forma de meningite que está se espalhando pelo Brasil. A infecção, causada pelo verme Angiostrongylus cantonensis, é chamada de meningite eosinofílica ou angiostrongilíase cerebral. A doença já foi diagnosticada em oito estados do Nordeste, incluindo a Bahia, Sudeste e Sul do país. “A infecção começa pela ingestão das larvas do verme, que migram para o sistema nervoso central e se alojam nas meninges, membranas que envolvem o cérebro. O organismo inicia uma reação inflamatória, que resulta no quadro de meningite. A dor de cabeça causada pela meningite eosinofílica é o principal sintoma inicial, tão intensa que costuma levar os doentes a procurar os serviços de atendimento de emergência”, explica a bióloga.

O que fazer ao ter contato com animais perigosos nas áreas do CBV e residências?

Cobra

Primeiramente, o mais importante é identificar se a cobra é peçonhenta. “Uma dica fácil, que vale para todas as cobras peçonhentas, exceto a Cobra Coral Verdadeira. Se a cobra for peçonhenta, ela terá um orifício entre os olhos e a narina. Se a cobra não tiver o orifício e não for a cobra Coral, a picada, a princípio, não trará risco de morte”, explica Rosa Pinho. Após a picada de qualquer cobra, deve-se procurar assistência médica imediatamente, principalmente, se for identificado que a cobra é venenosa. “Nesse caso, é importante tentar identificar qual o gênero de cobra peçonhenta (Jararaca, Cascavel, Surucucu ou Coral Verdadeira) para que a vítima receba o soro mais apropriado. Se não for possível identificar, o ideal é capturar e levar o animal junto ao hospital. Normalmente, a captura é arriscada, por isso, uma alternativa é fotografar ou filmar o animal através do celular, por exemplo”, orienta.

O que FAZER em caso de picadas por cobra venenosa:

– Lavar bem o local da picada apenas com água, sabão ou soro fisiológico;
– Manter a vítima deitada, mais calma possível. Se ficar agitada, o sangue se espalha mais rápido e o veneno também;
– Manter a vítima hidratada, dando pequenos goles de água;
– Procurar assistência médica imediatamente. Somente médicos podem prescrever um medicamento à vítima;
– O Centro de Informações Antiveneno (CIAVE) fica localizado no Hospital Roberto Santos, em Salvador.

O que NÃO FAZER  em caso de picadas por cobra venenosa:

– Não faça sucção do veneno;
– Não faça torniquete ou garrote;
– Não corte o local da picada;
– Não coloque folhas, pó de café ou outros contaminantes na ferida;
– Não ofereça bebidas alcoólicas à vítima;
– Não dê nenhum medicamento à vítima.

Taturana – Lagarta de Fogo

Apesar de serem “bonitinhas” e coloridas ao se olhar, as lagartas de fogo também podem picar seres humanos. A sua picada causa bastante desconforto e, em casos mais graves, pode ocasionar a Síndrome Hemorrágica. Os sintomas podem ser leves, porém há chance de levar ao surgimento de reações alérgicas perigosas.

Confira os passos abaixo em casos de contato com lagartas de fogo:

1 – Retire a lagarta sem tocá-la. Caso ela continue presa à pele, é importante removê-la;
2 – Não utilize as mãos sem proteção. Pegue pinças, alicates ou luvas grossas para manuseá-la. Há risco de uma nova picada ao tentar retirá-la apenas com os dedos.
3 – Algumas lagartas possuem ferrão, se ele ficar preso à pele, retire-o com uma ajuda mecânica;
4 – Cole uma fita adesiva sobre a área da picada e a remova, por várias vezes seguidas, até capturar todos os espinhos venenosos presos à pele;
5 – Lave a região com água quente e sabão, higienize a picada cuidadosamente e enxague a área em volta.
6 – Experimente usar um creme anti-histamínico à vontade. Em até meia hora, será possível perceber diferenças.
7 – Caso perceba o surgimento de bolhas doloridas, procure ajuda médica. Muitas pessoas apresentam reações alérgicas graves às picadas de lagartas de fogo.

Conheça os sintomas mais comuns em vítimas alérgicas:

– Coceira e dermatite de contato com bolhas, vergões, pequenas saliências vermelhas e dor;
– Conjuntivite aguda, se os pelos penetrarem nos olhos da vítima;
– Alergia e urticária;
– Dificuldade em respirar;
– Náuseas e vômitos;
– Se a picada for de uma taturana, pode haver uma Síndrome Hemorrágica, caracterizada por sangramento e insuficiência renal;

Caramujo Gigante Africano

Assim como os ratos, os moluscos fazem parte do ciclo de vida do verme Angiostrongylus cantonensis, causador da meningite eosinofílica ou angiostrongilíase cerebral. Eliminadas nas fezes dos roedores, as larvas do parasito são ingeridas pelos caramujos. Dentro dos caramujos, as larvas crescem e atingem a fase em que se tornam capazes de infectar animais vertebrados, inclusive o homem. O ciclo se fecha quando os ratos comem os moluscos infectados. Os humanos, principalmente crianças, também podem ser infectados se ingerirem ou manusearem os caramujos ou a baba (muco) liberada por eles, enquanto transitam pelo nosso habitat, contendo as larvas do parasito. O consumo de verduras, legumes e frutas crus, sem a higienização adequada, também pode levar à infecção, pois os moluscos liberam o muco sobre os alimentos e também ser ingeridos despercebidamente junto com saladas e temperos.

Siga as medidas de prevenção simples no contato com os caramujos:

– Catar caramujos é a principal medida recomendada para eliminá-los. Os próprios moradores podem fazer a limpeza de seus terrenos, adotando medidas de precaução;
– Evite o contato dos moluscos com as mãos. Na ausência de luvas, deve-se usar um saco plástico para proteger a pele;
– É importante recolher também os ovos que costumam ficar semienterrados;
– Os animais e ovos recolhidos devem ser colocados em um balde ou similar, submersos em solução preparada com uma parte de hipoclorito de sódio (água sanitária) para três partes de água;
– Após 24 horas de imersão, a solução pode ser dispensada e as conchas devem ser colocadas em um saco plástico e descartadas no lixo comum.
– A lavagem das mãos após os procedimentos é fundamental, podendo ser feita com sabão comum.

Conheça os principais sintomas da meningite eosinofílica e o que fazer:

– Dor de cabeça intensa- Rigidez na nuca;
– Febre;
– Procurar imediatamente um atendimento médico em suspeita da doença. O atraso no diagnóstico contribui para o agravamento do quadro. Cada dia de dor de cabeça prolongada aumenta em 26% as chances de coma;
– O diagnóstico correto e precoce da doença depende de resultados laboratoriais, principalmente da análise do líquor, líquido que fica entre as meninges, extraído através da punção lombar.

Aranhas

As aranhas podem ser venenosas e representar um verdadeiro perigo para a saúde do ser humano, principalmente as pretas e marrons, que normalmente são as mais perigosas. A aranha Viúva Negra é mais comum em região próxima ao mar, especialmente perto de praias, como o Condomínio Busca Vida. As picadas podem acontecer nas casas e jardins, pois elas estão distribuídas por regiões tropicais e temperadas. A aranha Armadeira também pode ser encontradas e provocar problemas sérios à saúde. Conheça suas principais características, sintomas da picada e tratamento:

Viúva Negra:

– Apresenta o corpo de cor preta, com uma mancha na região da barriga, normalmente de cor vermelha;
– Possui cerca de 2 cm, com pernas longas e fina;
– Não ataca, pode picar quando é pressionada contra o corpo;
– Se encontra em locais úmidos e escuros, como arbustos, plantas ornamentais, coqueiros, pneus, latas vazias, sapatos e gramado por exemplo.

Sintomas da picada e tratamento:

– Dor intensa no local. Após 15 minutos a dor se transforma em uma sensação de queimação que piora durante 48 horas;
– São comuns sintomas como náuseas, vômitos, dores musculares e febre;
– O tratamento deve ser iniciado no Hospital, o mais rápido possível, com a injeção do soro específico para o veneno da aranha;
– Normalmente, os sintomas melhoram até 3 horas após o início do tratamento. O paciente deve ficar internado por 24 horas para observar se os sintomas voltam a surgir.

Aranha Armadeira:

– Apresenta corpo marrom acinzentado ou amarelado.
– Geralmente, é uma aranha grande que pode atingir até 15 cm de comprimento.
– É conhecida por adotar uma posição de defesa, que consiste em se apoiar sobre os 2 últimos pares de pernas, erguendo a cabeça e as pernas da frente.
– Pode saltar em direção ao seu inimigo, até 40 cm de distância.
– São encontradas em locais escuros e úmidos como cascas de árvores, troncos caídos, bananeiras, dentro de sapatos, atrás de móveis ou cortinas, por exemplo.

Sintomas da picada e tratamento:

– Dor intensa logo após a picada;
– Marcas, inchaço e vermelhidão na região;
– Pode ocorrer o aumento dos batimentos cardíacos;
– Suor excessivo, vômitos, diarreia;
– Agitação e aumento da pressão arterial;
– O tratamento deve ser feito no hospital, com a injeção de anestésicos no local da picada para reduzir a dor;
– Em casos mais graves, com a diminuição dos batimentos cardíacos ou falta de ar, é necessário fazer o tratamento com soro para o veneno desta aranha.

Procedimento de primeiros socorros em casos de picada de aranha:

1 – Lavar o local da picada com água e sabão;
2 – Elevar o membro onde está a picada;
3 – Não amarrar nem apertar o local da picada;
4 – Não sugar o local da picada;
5 – Colocar compressas mornas ou um pano molhado com água quente no local da picada para aliviar a dor;
6 – Ir imediatamente ao hospital para iniciar o tratamento adequado.

Telefones úteis:
Seguem os contatos de emergências 24 horas, para informações de como proceder em situação de picadas de animais peçonhentos:

  • 0800-7226001 – Central para intoxicação e envenenamento da Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa)
  • 0800-2844343 – CIAVE
  • 192 – SAMU

(08/09/2017)